ANDALUZIA


Luzia andava como louca
Atrás do tal grande amor
Ou seria de sua grande dor
Seja lá como for
Andava Luzia...
Fosse noite ou a luz do dia
Ela andava em festas, em velórios
Em cemitérios, cartórios e territórios...
Sempre com o olhar no vazio
Nada fazia Luzia desistir de seu propósito.
Luzia andava e andarilhava
Nenhum obstáculo a cansava
Nem tempestade a detia
E nem do sol se protegia
Nem falta de sapatos, nem olhares ingratos
Nem sede, nem fome, nem taquicardia
Ela apenas seguia a voz que dizia:
Anda Luzia.... e Luzia andava
Diante de nada sucumbia
E assim Luzia mais andava que vivia
O que Luzia ainda não sabia
Não por falta de sabedoria
Talvez ela soubesse e fingia que não via
Era o que o amor  que tanto queria
Já morrera tanto quanto os quilômetros que percorria
E mesmo se soubesse dessa verdade
Acho que nem ligaria, não desistiria
Apenas andava tanto quanto seu coração permitia
E sempre quando parava e depois partia nada dizia
Nem tampouco se despedia, nem ligava aos que lhe olhavam em demasia
Tentando lhe dizer coisas que ela nunca ouviria ou aos apelos inglórios de arrelia:
Para de andar Luzia, então ela abria a porta, saía e num rompante se virava e sorria...
Como se o sorriso fosse um açoite que reluzia no andar foice de Luzia.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 23/05/2010
Reeditado em 19/10/2011
Código do texto: T2274134
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