Inculta e bela

Última flor de um lácio no cio

que o pavio dessa ondas encarnadas

de venosas línguas menstruadas

e filhos que vamos ter mãe lingüística.

Cessem as rosas da gramática

deixem "a gente fomos" brilhar

Calem este lácio imperativo

pr'essa metalinguagem funesta bravia.

E entre tantas injunções mecânicas

entre "prozopopéias" aladas em revoadas

parem! na mesma língua latida/latina/latrina.

recomece "e suba pra cima" onde o LEAR

Que nada haver tem, em Portugal que desce o Tejo

Que as inflexões desse nosocômio gramático

palpitem vocativamente o particípio

e decline o povo e o seu papel: A fala.

Mas esta luta de Regras e Ciência

A forma, a verdade velada do certo

A evolução do chiado Carioca [transcrito]

e a [porta] do paulista do interior me basta.

A Norma para a elite e teus filhos

a Ciência para o povo e teus netos

A lingüista para todos nós incultos

e a Gramática para a Língua Portuguesa.

Silva Neto
Enviado por Silva Neto em 27/08/2006
Reeditado em 02/09/2006
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