Desescondido...
Eu, juro, queria saber dos outros
como os outros sabem de mim.
Trago-me fecundado no maior abismo.
Há silêncios agitados que me intimidam.
Então, pensando assim,
dane-se a água, pois já nem sinto sede!
Um velho nascerá zombando do tempo,
contará estrelas, destilará venenos,
enquanto eu serei apenas do instante
e da alma, próximo e distante,
nada mais!
E por amar desescondido, tudo amei.
O meu amor mora na sombra de altiva árvore,
onde os macacos pulam e as onças dormem,
como deixam os desejos e a carne sabe.