Permita-me o escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle: "Elementar meu caro Watson"
Por que eu preciso estar consigo no agora e no sempre?
Boneca de pano, de filó e reda, no cabelo tranças e fitas, grandes olhos pintados fingindo esperança e alegria mansa.
Quais não são os artifícios de seus loucos vícios de longos anos tantos?
Para pernear-me ousa alegorias e com sussuros e urros submete-me às suas vontades.
Carruagens de ouro em ruas nuas de lata.
Com cambres e padedes se misturam aos puros passos de caminhar rotineiro e esmeiram os sonhos de um viver real, contemplando o imaginário viver dos rodopios.
Mas não é apenas aqui, nem lá, nem no acolá. Carrego você comigo por onde quer que eu vá.
Carrego só na lembrança e as vezes com maior esperança. Mas não é o que me basta, nem tampouco o que me afasta. Alastra as grades dos sonhos e cultiva a malva aos bronquios.
Cúmplice de mim só eu mesma. Boneca de pano, jogada em um canto, qual o encanto?
Corre atrás das colinas e olhe os pastos verdes que se anelam, mas de lá qual será seu ganho ou sua perda?
Soldado de chumbo, desnudo, imundo, quebrado e amassado, vem cá e recebe meus cuidados.
Que no lúdico seja o reencontro. Elementar, Meu Caro Watson!