Dama da noite (II)

Maria.

Tudo que sei daquela simpática senhora.

Sua coluna dobrada como arco pronto para lançar a flecha.

Nas mãos, duas sacolas de sonhos.

Carregava alimentos?

Quem sabe...

Olhou-me com olhar de menina.

Irresistível energia:

Ofereci-me para levar seu fardo.

Não que pedisse e nem mesmo reclamara – estava serena.

Para onde? Perguntei!

Para a lanchonete. Quero tomar um copo de leite.

Fiquei feliz em acompanhá-la.

Meu coração queria pagar-lhe o sorriso.

Acho que não foi um bom pensamento.

A lanchonete estava fechada.

Dona Maria, linda como uma flor do campo.

Talvez mais de setenta primaveras se encostou na parede.

Seu olhar calmo decidia silenciosamente naquele labirinto de ruas:

Qual direção iria seguir...

Continuou sorrindo, deixando o deleite do leite para outro dia.

Eu, fiquei muito feliz por conhecer a bravura de uma guerreira,

que luta sem perder a ternura:

Sob um manto de estrelas brilhará invisível aos nossos olhos

em ruas que pisamos noite e dia.

Característica de uma grande mulher.

jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 25/08/2006
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