Gelo

“Ainda hiberna o vermelho perante o branco da nevasca”

Ninguém explica,

Nada condiz, pois não se explica

O porquê deste inverno cruel e incessante.

Não questione quando descobrir,

A tal geada é que mantém intacta

A titânica geleira que se sustenta sob teus pés.

Porque ainda chove um outubro longínquo,

Se aqui dentro há uma fornalha inflamando de boca aberta?

Porque o resquício de neves do natal passado na varanda,

Junto de seus fantasmas nus e crus?

Ninguém suplica,

O medo é de se afastar nevasca e convidar avalanche,

Fobia está em quebrar o gelo que esta em mim a ti,

Afundando, naufragar no glacial, de ti a mim.

“sobrepuja o alvo sangue da neve pelo vermelho da couraça”