Corpos flamejantes

Lembrei-me que poeta é ser irreal,

Vivencia a sina dos excluidos,

É um eterno devedor...do amor.

Cria a perfeição de musas impossíveis,

mostra seu peito combalido,

expele sentimentos, sentidos, odores...

É flor frágil neste jardim do Éden,

Parece esmagado por si próprio,

Sentimento atormentado, regado...

Gotas poéticas são como bálsamo,

Pra quem o Lê, e fel ao seu coração,

Poeta a gente bebe...

Pois suave são os licores literários,

Expulsos dos armários empueirados,

De nossas mentes e corações,

Vadios são porque não procuram,

Não cutucam com vara curta,

O que todo mundo procura...

E é você ser demente e louco,

Que extravassa em letras quentes,

Úmidas e deprimentes,

O amor das mentes dominantes,

Dos amantes diários,

Presos em armários...qual traição.

Porém tu, poeta tão frágil,

Ambíguo bem o é,

Vivenciando dor e amor,

No calor dos corpos flamejantes,

Nos beijos intermináveis,

E em curvas fatais...

Amantes animais, mecânicos

São seus corpos que vão e vem,

Mas não se completam.

Eu, quem escrevo, sou mais,

Muito mais do que inércia,

Sou o amor pulsante e forte,

Que não consome, nem extermina,

Vibra em sintonia com o Cosmo,

E quando acorda, sabe com quem está.

Alecxander Christian L.