Aonde é a saída?
Becos estreitos em minha mente,
Já não há saídas alternativas,
Nem as quero pra dizer a verdade.
Tento isolar-me de tantas vozes,
Que buscam-me no anoitecer,
Ou no manhecer, estão em todo,
E qualquer lugar de minha mente.
Que faz proliferar os fantasmas,
Libertos de suas correntes e castigos,
São juizes e réus a condenar-me.
E eu, em minha depressão fulgaz,
Torne-me-ei um louco e triste,
Com meu olhar vazio que vaga,
A procura de minha própria felicidade...
Busco debalde nos corpos flamejantes,
Dos amantes babilônicos, tal qual,
No passado deveras distante...
E vejo minha criação dançando, bela,
Diante de mim, que esmoreço,
Ao preço de uma angústia turva,
Que neste misto cinza disfarça dor em amor...
Como ser poético que sou, entristeço,
Ao ver ao fim de um longo poema,
O relato de meu coração frio...
Que busca o frescor de lábios quentes,
O repouso em sorrisos felicíteis,
E uma entrega responsável e sem medos.
Terei ainda a salvação de minh'alma?!