CENTÉSIMO SENTIDO

Eu não tinha o que fazer

comecei então a pensar

precisei de um tempo,

pra não me atrasar

eu comprei um cuco

e naveguei num asteróide

que batera na superfície do oceano,

perfurou a profundeza desses mares

naufragando "titanics"

derrubando aviões

e destruindo reinos

que tinham muralhas enormes.

Num dia desses

meu criador conversou comigo

disse com amor:_eu sou seu amigo!

Com muito pudor eu fiquei exprimido

meio vermelho, sem jeito

eu quis esquecer o espreito

que um dia eu fiz por curiosidade

e acabei me dando mal.

Pedi desculpas a ele

ele entendeu

Explicou-me que devo obedecê-lo

pois ele é o caminho certo,

Mostrou-me o que pode fazer

e até onde eu posso ir.

O meu criador conversou com todos

mas nem todos o escutaram.

Eu arrumei algo para fazer,

parei de pensar,

depois que fiz um último pensamento:

há quem pensa que não vive

há quem pensa que vive muito

há quem pensa que foi esquecido

há quem se lembra de todos

há quem vive pouco

há quem viveu pouco

há quem aproveita a vida

há quem se esqueceu perdido

e não foi se procurar

e se matou.

Meu Pai!

Eu errei muito

eu erro

e sei que vou errar,

mas por que eu não sei

que saber disso

Impede-me de saber me corrigir?

E por que deve haver por quê?

Eu caminhei sozinho na sua companhia

por um deserto numa noite fria

derretendo ao sol, num dia quente

mas consegui chegar onde queria,

eu não pensava sozinho.

Depois de algum tempo sem pensar

eu quis pensar novamente,

e do horizonte de repente

nos meus olhos chegava uma luz

olhei sem cessar

escutei alguém falar

e corri sem parar.

Na montanha que subi pela manhã

que estranha quem desce se jogando

só resta deitar-se no divã

esquecer o vento que veio com a chuva

no momento que os arames me arranhavam

ao tentar esquivar-me das espadas,

Nas galhas de uma árvore,

que encontrei pelo caminho numa encosta,

salvei a minha vida.

Peitei a morte

e por sorte

eu a venci.

Uma estrela, uma dessas que conheci

refletiu-se no espelho,

A imagem que vi

feriu-se ao quebrá-lo

aorta cortada

fugindo de si raios de luzes

que vazavam pela fresta ruída por cristais.

Água viva

água que nos mantém vivos,

alimento nos sustenta

e nos fazem sadios,

ar, puro ar poluído

é o que temos

é o que nos resta,

governantes...

por eles somos manipulados,

pois são eles que deterioram as coisas,

nossos salários miseráveis incapazes de

sustentar as mandíbulas da fome

controladas pelas mãos de tais poderosos

que usam seus poderes contra os fracos

e esquecidos.

O povo com o pouco que ganha

paga caro pela vida,

Eles, com o muito absurdo que roubam,

ganham tudo de ‘graça’

e o dinheiro sujo que foi lavado

continua sujo

cresce abusivamente em bancos exteriores.

Jesus Cristo

que tenha pena de nós...

eu não acredito nas coisas que estou vendo,

contrario São Tomé,

mas não dá pra acreditar,

só quero saber onde vamos parar

ou onde tudo isso vai dar,

pois me lembro que,

o juízo final está para chegar!

E eu não devo julgar para não ser julgado

mas só estou tentando abrir os olhos

de quem está sonhando que sonha

mas vive um pesadelo!

Amar uns aos outros...

eu sei deste mandamento,

e tudo se deve ao amor

pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas

e esquecê-las, pois as coisas ficarão,

mas Deus nos espera.

É difícil amar?

Não.

Odiar que é muito fácil.

Pense sem cessar em fazer o bem,

pois já faz bem pensar em coisas boas,

é bom para o seu espírito

e agradável para sua mente.

Não seja fraco

espere pelos resultados

não plante sementes

esperando que nasçam no outro dia,

tenha calma e fé

e a semente será árvore

o embrião será vida

e esta vida pode te salvar.

O senhor criou o fogo

mas fez a água,

criou o sal

mas fez as abelhas e a cana,

fez o sol

e trouxe a lua,

fez o homem

mas tirou dele uma mulher,

deu pernas aos homens

e asas aos passarinhos,

tirou pernas de homens

mas deu-lhes inteligência,

tirou asas de passarinho

mas eles podem ciscar a terra,

Deus é tão bom que deu tudo ao homem,

deu as dificuldades

mas nos deu braços fortes para lutar.

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 23/08/2006
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