Aos anjos caídos, meu amor...minha dor.
O que vejo agora diante de mim, gotas cálidas,
Náufrago sobrevivente de uma paixão, sofrível...
Penalisado de minh'alma estou, previsível,
A este abandono justificada minhas marcas, apagadas...
Minhas asas tão pesadas por pranto, cadê o encanto?
Do amor que busquei tão longe, em abismos humanos...
Muitas perguntas, ninguém há de me responder.
Nada de querer justificar minha falha, em amar...
Colherei somente as dores deste amanhecer.
Por entre eles ainda farei o meu trilhar...solitário.
Esbarrarei em corpos vazios de sentimentos,
Não adentrarei por cá seus pensamentos...
Dor que me fere, parece única, inteiramente justa...
A ti busquei olhos castanhos, lábios doces,
Silueta delgada, por ti minha queda calculada.
Anjo caído, ser agora ferido, jaz por amor,
E vejo muitos iguais a mim por este caminho,
Quem por nós há de salvar almas tristes?!
Gotas cristalinas me banham, refazendo-me.
Brilho de um sol azul-turmalino, secam minhas asas,
O vento lateral de possibilidades, sopram-me...
Eis-me novamente pairando sobre suas cabeças,
Pois a esperança, renovadora de sentidos,
Abençoa-me com o amor que não esmorece diante da prova.
Buscar-te-ei ainda por várias vezes, abismal ser.
Desejarei sempre a ti, caminhos difíceis, por trilhar.
E ao seu lado caminharei...ao teu lado, só sei a ti amar.