O sonho da Colombina

Tanto amor que eu quero tanto

Mas que escondo no pranto

O amor que não posso ter

Nem quero ser artista

Nem ele mesmo acredita

Que eu pinto o rosto pra viver

Na platéia apaixonado

O palhaço de concreto

Que veio só para me ver

Minha lágrima de pedra

Ainda em brasa queima

E nem vejo o amanhecer

Pensando em te beijar

Proibido amor bandido

Que me veio enlouquecer

Meu coração a latejar

Aplausos para aquela

Que em sonho se veste renda

E te espera para dançar

A coitada acredita

Que o palhaço anda aflito

Só pra ver ela passar

Tanto amor jogado fora

Que ela então nem chora

Para não se afogar

No palco iluminado

Só resta o amor rasgado

Da solidão a espiar

Ela dança, ri e chora

Se emociona e vai embora

Para outra noite então sonhar

Com o amor que não existe

Na ilusão ainda insiste

Que o palhaço vai voltar

Ele então na madrugada

Perdido pela estrada

Sai a procurar

Outra colombina

Que não seja tão menina

Com quem possa se casar.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 13/04/2010
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