O sonho da Colombina
Tanto amor que eu quero tanto
Mas que escondo no pranto
O amor que não posso ter
Nem quero ser artista
Nem ele mesmo acredita
Que eu pinto o rosto pra viver
Na platéia apaixonado
O palhaço de concreto
Que veio só para me ver
Minha lágrima de pedra
Ainda em brasa queima
E nem vejo o amanhecer
Pensando em te beijar
Proibido amor bandido
Que me veio enlouquecer
Meu coração a latejar
Aplausos para aquela
Que em sonho se veste renda
E te espera para dançar
A coitada acredita
Que o palhaço anda aflito
Só pra ver ela passar
Tanto amor jogado fora
Que ela então nem chora
Para não se afogar
No palco iluminado
Só resta o amor rasgado
Da solidão a espiar
Ela dança, ri e chora
Se emociona e vai embora
Para outra noite então sonhar
Com o amor que não existe
Na ilusão ainda insiste
Que o palhaço vai voltar
Ele então na madrugada
Perdido pela estrada
Sai a procurar
Outra colombina
Que não seja tão menina
Com quem possa se casar.