DEVOLVIDO EM ÉPOCA NO BARRACÄO

Com a poesia rasteira

atiro meus verdes ambientados de paixão

na anti condição

maria sem vergonha

alisando a terra

de gente de flores

de altas folhas brancas

desprovido eu de palavras

deixava a poesia correr solta

envelhecida e rude

espinhenta chamava obtusa

ajuda dos galhos

pra subir nos maraltos

debruçados de tesão

caias a memória de doces

revestes vital os enterros

rejeitas o soro pintado de sangue

aceitas o ouro balangado

o sino

badalando a noite

na hora do recreio

de professora

que separa a África da América

com as pernas

e na região dos lagos

aquela arquitetura pesada

de conceito leve e anão

sob consentimento de puta

amor torturado por trova

abandonastes os seios e o colo

estourastes a bolsa

que vaza todo dinheiro

verde pega fogo e vende água da maré pra caranguejo de rejeito

devolvido em época

afogado em combustão

protegia-se da chuva

naqueles peitos enormes que dispõe

clube integral despendido

por suposições de si

em aplausos enrugáveis

reto ia em direção curva

turva nos olhos fechados

dos peixes desafogados

com idéias no papel não poeta

só escultura triste

mente até no anzol

com a língua de fora vendo

um enorme buraco negro de serpente

fisgada pelo pente

ligeira embota na mala

seu sonho ardente

com a tala faço belo barracão

Liso Carenu
Enviado por Liso Carenu em 09/04/2010
Código do texto: T2186905
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