Versos de um louco
Quisera...
No longo tempo desta noite fria,
Quando em mim já vem
A madrugada e cria,
O mais doido dos doidos...
Dos doidos vendavais.
Doidas lembranças, doidas imagens?
Doido querer de um tempo irreal!
Doido passado
Doidos, loucos,
E fugidios amores...
Do corpo e do tempo ausentes,
Mas na doida memória
Mais do que presente!
Quisera...
Empreender uma viagem agora!
Mesmo que, não me houvesse consciência
E a jornada em mim, fosse uma demência!
Um velejar por mares tão distantes...
Um aportar na ilha irreal
Onde o amor fosse algo tão normal!
E no emaranhado de ondas e freqüências,
Entrar na tela do meu computador!
Buscar uma estrela
Além da Via Láctea
Lá onde a luz renasce
A cada dia
Em cada Era em cada utopia!
Noutro brilho, Noutro novo fulgor?
E isso tudo, como um doido apaixonado:
Depositar aos pés de um grande amor.
Olympio Ramos.
Cabo Frio, 19/04/04...