A MORTE FOI-SE...
Veio de grande escuridão...
Depois me tateavas!?
Procuravas-me em vão...
Nunca vi o teu céu negro,
Por esta razão firmo-me a me amar!
Não negocio nunca o meu segredo...,
Mas, já a ouvi na noite a me clamar!
Antes que em mim resvalasses,
E num podre e só meu espaço,
Vomitei no escuro esse bagaço
Da minha invadida adolescência,
Não prestando a ti a reverência,
Em nosso encontro de duras faces...
Eu ando com qualquer humano faminto!
Devorando-os, comemo-nos por instinto...
E neste mundo que se faz tão cruel,
Ao qual entrego o meu corpo ao léu,
Vivo mastigando-me em profundo fel;
Na certeza do meu corpo só em sexo semeado,
Qual campo de colheita eu tenho canto reservado,
Preparando-me para o mal em todo o seu movimento.
Pense muito bem dona..., antes de entrar-me por dentro!
Passo o dia todo ardendo,
Tudo em madeiras horas,
Assim em mim vou vivendo.
Esses vermes barulhentos,
Que na barriga nos devoram,
E que em todo corpo se encontram,
Logo penso pois, que não se demoram...
Que não tenho escolha, não há falha,
Que a minha vida pra mim nada valha.
Porém, eu de ti não senti calafrios...
Tu pensas querer vir dar-me um fim?
Catar-me como uma fruta?
E eu certeiro, a ferir teus brios,
Quando já estavas a um passo de mim,
Expulsei-a sem nenhuma luta...
Pobre criatura!
Desiludida,
Cabisbaixa,
Minha enorme gargalhada a enxotou...
E do meu eu, muito mais que nada levou...