É surrealismo tal desejo
Homens que se completam na essência
Que se esmeram em eloqüência.
Origens distintas.
Tempos diversos.
Um vem do fim, outro é recomeço.
Sonhos forjados em quebra-cabeças, parte daqui parte de acolá.
Tudo se confunde e funde em peça única de utopia cruel.
Tão mais fácil seria se nada se encaixasse, não haveria dúvida.
Só teria chão de pisarem certos e não de ecos encobertos.
Carisma de um, carinho de outro embaralhar de mentes.
Fusões sem exclusões, passageiros errantes nesta terra de mim.
Não há descartes, racionalismo a parte, só há arte, louca doçura de amor.
Qual desfecho impõe tal dor, de extirpar uma parte do ser que é de tão boa estirpe?
Oh! Lamento insano que se prega aos ventos.
Sai da emoção e volta à vida corriqueira isto não.
É infâmia tal contexto para façanha tal, um mal.
Quiçá o tempo seja o bálsamo e o condutor.
Pleiteando a ermo que se chegue a tal termo.
Tateando as cegas quais serão as regras.
Balbuciando palavras sem resmungos nem amarras.
Seja tu o tempo um conselheiro fiel.
Por hora permitas que se deixe levar em vida.
Presente e ausente, pé cá, pé lá.