É surrealismo tal desejo

Homens que se completam na essência

Que se esmeram em eloqüência.

Origens distintas.

Tempos diversos.

Um vem do fim, outro é recomeço.

Sonhos forjados em quebra-cabeças, parte daqui parte de acolá.

Tudo se confunde e funde em peça única de utopia cruel.

Tão mais fácil seria se nada se encaixasse, não haveria dúvida.

Só teria chão de pisarem certos e não de ecos encobertos.

Carisma de um, carinho de outro embaralhar de mentes.

Fusões sem exclusões, passageiros errantes nesta terra de mim.

Não há descartes, racionalismo a parte, só há arte, louca doçura de amor.

Qual desfecho impõe tal dor, de extirpar uma parte do ser que é de tão boa estirpe?

Oh! Lamento insano que se prega aos ventos.

Sai da emoção e volta à vida corriqueira isto não.

É infâmia tal contexto para façanha tal, um mal.

Quiçá o tempo seja o bálsamo e o condutor.

Pleiteando a ermo que se chegue a tal termo.

Tateando as cegas quais serão as regras.

Balbuciando palavras sem resmungos nem amarras.

Seja tu o tempo um conselheiro fiel.

Por hora permitas que se deixe levar em vida.

Presente e ausente, pé cá, pé lá.

Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 04/04/2010
Código do texto: T2176726
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