AMORDAÇADA

Abandonada à própria sorte

Vitimada por afiadas garras

Sentiu a vida render-se a morte

Debatendo-se entre amarras

Deixou-se aprisionar pelo tempo

Amargou a escolha precipitada

Sentada entre escombros, ao vento

Chorou grossas lágrimas, desesperada

(...)

A mordaça que trazia em sua alma

Encharcada pelas lágrimas tecidas

Diluíu-se; romperam-se os traumas

E a prisão do tempo foi, enfim, destruída

(Lena Ferreira)