TODA HAVIA

Como vai,

Letróloga?

ENTRE-LINHAS,

fumaças,

espartilhos,

carreiras,

profecias?!

Danças bacante antropofágica.

Subjugada à modernas montagens

e encarnações

de Baco ou Dionísio.

Patetisa transviada,

onde deitas teu fumo

e recreias teu sorriso?

Onde espantas tuas audaciosas

prosas delirantes?

Vim lhe avisar,

Fada Fumante:

tranquei o meu futuro,

com o pesar e a castidade compulsória,

ao ter de ler Fregue, Platão e Kant.

Vá em frente,

veja,

tome!

Conte-me o que antes,

jamais foi meu.

No tempo,

este trono pirotécnico

será teu!

Antes de me ir,

dispenso-te

trágicos escarros licenciosos,

anárquicos,

anti-escrituais.

Tão dispersos,

unívocos e efusivos,

como as pulsões e liras primaveris.

Cantos iluminados rousseanianos,

que estravam foneticamente,

uma felicidade inaudita.

Mas houvera à desconstrução

do primeiro fonador,

numa vilania metafísica!

Acerca de suas dissertações histórico-linguísticas,

as quais povoaram,

noutras durações

à Terra,

e suplementou epopeicos mitos

pré-fenomenológicos,

logicistas,

sem quaisquer significantes

e conjunções adversativas.

Onde ascende,

Letróloga,

teus cigarros invertidos agora?

Onde te esgotam,

Fada,

os rastros pré-estilisticos?

Houvera os que refutaram as deidades,

Deus e o pensador,

tornando-te mártir dos sistemas,

da falibilidade,

do nous.

Verdade?