Sem um grito
Que ecoe pelos jardins
desse amor finito
E ambos se irmanam afins
para sombrearem o infinito
Rasgões da alma
se ocultam desalinhados oprimidos
Cabelos ,fitas e laços tolhidos
não se querem sumidos
Marcas de amor
Sussurros e dor
por sobre um soalho carcomido
abaterá destruído
esses trespassados corações
fenecem numa vaga de emoções
em agitação desordenada
Tabiques de caliça esfrangalhada
desfazem-se em flocos de névoa gelada
atapetando sobrados mofosos
Apenas quentes dois corpos
Avassalados num abraço
de fado calado de apertado enlaço
Sofrido gemido de amor abatido
amor abrigo aquecido
piano mudo e ressentido
Com dó, sem sol em si ,sem mi
Em vã esperança ainda sorri
em estilhaços sobre o fim
Tombam as teclas de marfim amareladas
e as pautas esvoaçam rasgadas
goteiras de olhos de abatimentos
as de quebrados tetos desfeitos
deixam cair lágrimas de prantos
sombras aladas deixam lamentos
que ecoam pelo firmamento.
tta
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