Teatro de carne

Deito em teu teatro

e, na última cena, quebro o palco,

aperto tuas mãos, dou-te um abraço

e é justo dizer-se que a peça chama-se “ Um distinto gozo”.

Refino as emoções e engulo fogo,

digo ao coração que não me mate

e bata até noventa e seis cheio de arte,

depois que o meu amor, cansado, achar o teu.

Arenas e camas, desejo e quartos

E saltam as fantasias de tuas preces,

O resto eu nego e te apavoro

porque eu hei de cozinhar-te em minha cênica carne