Andar sobre as águas

Sabe, fui dormir bem perto do céu

Onde logo ali, navegava o mar

Sobre sua pele minhas dúvidas

Naufragadas na ansiedade percorrida

Pelo Lagarto Jesus Cristo, sedento de sono,

Transcorria sobre o teto de água

Em voltas circulares e incompreensíveis.

Horas depois, quando despertei,

Meu sorriso enganava e os ossos rangiam de dor.

Soprou um fio gelado pra abrandar

mais um dia que passou.

Dali se via barcos, redes de pesca

Sem dispensar o cheiro salgado de frutos

A paisagem era belíssima!

Um homem se aproximou e ofereceu conversa:

Seu cabelo era pouco e bicolor

Havia o branco cinza da maturidade

E o branco amarelado da solidão

Seus traços denunciavam histórias inibidas

Pelas rugas de sua testa, a voz doce

Olhar firme e semblante manso.

Encostados num barquinho de nome GAYA;

Ele contou sobre o infinito e seus mistérios

Mas pediu que fosse discreta.

Ainda explicou sobre as tribos diversas

da costa e outras coisas.

Saímos depois que nasceu o dia

Quando a imensa bola de fogo passou a incomodar.

Perdi-me dele e desde então volto lá

O mesmo cenário espetacular

Porém, o velho nem nos sonhos me procurou.

Penso que o bicho era ele.

Sem dúvida! Era ele!

Claro que se esqueceu de ensinar como percorrer

As películas sem afundar...

Shauara David
Enviado por Shauara David em 17/03/2010
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