Serpentes e Anjos
Enrosca-me em teu corpo
num abraçar brutal
de uma poesia rasgada
sem noção de hipocrísia
a verdade nua e crua
de forma que serpentes e anjos
com asas e doce veneno no olhar
me ponho de forma sensual
a dançar como na primeira noite
como corte ou açoite do desejar
morrer de picada
ou por cair junto contigo em meio
a estrada que nos leva ao encontro
do nosso próprio corpo em abandono
após noite farta de um amor
sólido, sórdido
nosso
expressões pintadas em um quadro
onde a serpente abraça com
carinho um anjo
e dá seu beijo de salvação
quem diria que não és feliz em meio
a essa tua louca liberdade
que contas e recontas em tua poesia
que um dia quem diria notou a minha
nós fazendo livres em meio
ao paraíso já perdido
onde o pecado sucumbido
derrama suas cinzas
de quente, tão quente
se fez presente eu e você