FENDAS

O dia amanhece diferente

Entre as nuvens dos meus olhos, onde eu me escondo do mundo

Eu caminho nos vales do tempo

Por onde o trem do amor não se atreve a passar

Pouso os sentidos nas linhas da vida

Meu coração incorrigível

Ainda clama por algum acolhimento

Sendo assim me desintegro nos megatons circadianos

Meu ritmo é suave

Eu sei, me querem produtivo e útil

Mas minha alma é a vereda de sonhos

Eu sei, me querem lúcido,

Mas eu vivo sonhando com flores

Me querem perfeito e inteiro

Mas meus pedaços andam espalhados pelos versos

Todavia não entendem que a ambição

Mora longe de mim

Como uma tempestade no horizonte que não virá

Por isso não me abalo com os tombos

Meu futuro está no limbo eu sei

Mas o que não está no limbo?

Não me desespero

Estar comigo não me me basta

Porque eu busco o amor

Permito-me viver nas fendas da ingenuidade

Ou por onde for possível

Ser feliz ou quase isso!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 13/03/2010
Reeditado em 23/07/2014
Código do texto: T2135767
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