OITO VENTOS
Veio o vento gris do sucesso
mas bloqueou todos os acessos
fazendo da simplicidade coisa rara
entravando a voz que superara
Chegou o vento ruim da desgraça
não conseguiu estabelecer-se na praça
deu voltas pela linda curva do lindo rio
fez tremer as folhas e flores e partiu
Vento forte do mágico elogio
fez corações tornarem-se frios
subindo demais a auto-estima
arrasando com brotos do clima
Veio então, o vento da calúnia
grave, como o cheiro da petúnia
varreu penas para todo o lado
deixou, infame, seu vil recado
E lá veio o vento do egoísmo
que de tão traidor caiu no abismo
não sem antes, levar “os profetas”
não eram nem videntes nem poetas
Aparece o infernal vento da inveja
e com ela toda a sorte de moleja
macula a alma e enoja o sábio ser
vai embora , bem antes de arrefecer
Bons ventos, não trazem a censura
pois, dela se espera coisa impura
varre da vida o ideal de liberdade
tira-nos o pouco que resta de verdade
E o vento que vem do idílico prazer?
Longe de mim achar mau bem querer
Mas, pode arrastar o ser, e lhe humilha
Transformando-o em perdida ilha