Grito no vazio
Num lago onde a luares
soltam as cores,
descansam meus olhos
molhados no azul.
Ouço os mares e as folhas.
Ouço versos estranhos
quando tropeço na relva
e nos galhos secos
impedindo passagens.
Confusas são as imagens
no espelho onde perdemos
a alma.
Fogem as palavras
embaralhadas no escuro
da boca aberta
a gritar no vazio.
Corpos se abraçam,
em silêncio, se amam.
Encontro-me nas fotografias
e no ar fresco das manhãs.
Eu amo e não derramo palavras.