-Ô DE CASA!

Certo dia, já de mim meio cansada...

Eu ainda fui,

A bater na janela semi-aberta

Do meu peito:

“Ô de casa!”-corajosamente me espiei.

Ah, foi quando um desfiladeiro de sentimentos

Confusos e insaciáveis,

Descarrilaram pela fresta apertada e descuidada

-Destino afora!-

Pelas tantas poesias de terra batida

-Rotas disformes-

Pelos emaranhados dum peito sempre galopante,

-Desassossegado-

Espaço parecido com o que eu era.

E foi assim que um dia,

Desavisadamente e a despeito do tudo

Em versos, fui embora de mim,

Sem mais ter como voltar.

Logo que sai, todas as travas se lacraram.

Vez em quando ainda me ressôo:

-Ô de casa, ô de casa..aaa...aaa...

Qual!

Sequer um verso me responde.

Peito vazio é oco algoz!

Mudo silêncio a barulhar

na poesia...

De embargada voz.