O Último Verso

Havia um papel voando entre a fumaça

E um trem viajando sobre trilhos de ferro

Meus pés apoiaram-se no chão de zinco

Assisti ao espetáculo da morte através da vidraça

Andei pela última estação da vida

Passo a passo, sem direção e sem obstinação

Há gente com capas de chuva

Mas o tempo está tão firme

Ainda não aprendi que o céu pode está limpo

Basta uma nuvem para configurar um trovão

Carrego tudo, mas deixo uma lembrança

Espero que goste muito de "esperança"

E faça bom proveito dela

Também deixo minha querida Daniella

Adeus amor! Te vejo um dia

Quando não há mais poesia

Também não há poeta

E consequentemente não existo mais

No papel voando vai meu último verso

"Apesar de tudo por que passei, vou em paz!"

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 23/02/2010
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