Cinzas


De cinzento, se vestiu a noite sombranceira.


Ao longe, o choro lacinante, de uma carpideira.


Um corpo jaz ali, finado!



Fora o coração, que lhe haviam despedaçado.


Vivera em ondas e vagas revoltas,


No mar da sua própria intranquilidade!



Ali, jaz um corpo de mulher incompleta!


Ali, jaz a alma de uma falsa poeta!


Aproximo-me, tento tocar-lhe...


E, para meu temor e apreensão,


Dou-me conta, que sou eu,


Que ali jaz, naquele caixão!!!

Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 06/08/2006
Reeditado em 13/06/2010
Código do texto: T210232
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