Vida perdida
Sem eira nem beira era assim a mundana
Poucos sabiam da sua origem
Também a quem importava
Lá estava obrigada
Precisava se esconder
Não sei o que acontecera
Somente que estava por lá e servia
Era só uma vida
Porém bem forte a pobrezinha
Se virava bem
Assim aprendera
Tirar proveito da sorte
Quanta maledicência!
Lembro do padre
Sei que ele a queria
Mas ela tinha noção da sua raça
E o que tanto a exigia
Pureza de castas e muita altivez
Se mantivera distante daquele infame
Sentira seu olhos
Sua tirania
_ Assim que puder saio daqui
trancada morro aos poucos
Sou filha do vento
Com ele eu sigo
Me abrigo na noite
Que me presenteia estrelas como vigias
Maldito , infame !Não perde por esperar
A filha da terra não vai machucar