Vida perdida

Sem eira nem beira era assim a mundana

Poucos sabiam da sua origem

Também a quem importava

Lá estava obrigada

Precisava se esconder

Não sei o que acontecera

Somente que estava por lá e servia

Era só uma vida

Porém bem forte a pobrezinha

Se virava bem

Assim aprendera

Tirar proveito da sorte

Quanta maledicência!

Lembro do padre

Sei que ele a queria

Mas ela tinha noção da sua raça

E o que tanto a exigia

Pureza de castas e muita altivez

Se mantivera distante daquele infame

Sentira seu olhos

Sua tirania

_ Assim que puder saio daqui

trancada morro aos poucos

Sou filha do vento

Com ele eu sigo

Me abrigo na noite

Que me presenteia estrelas como vigias

Maldito , infame !Não perde por esperar

A filha da terra não vai machucar

Tercia Medrado
Enviado por Tercia Medrado em 22/02/2010
Código do texto: T2102089
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