MÃO DUPLA

Um lampejo, uma luz surgia

Uma manhã de sol azul

Uma lua quente como sol

Sabe-se lá era noite ou dia

Uma fogueira doce e bravia

Chamas lambendo a pele

Como a doçura do mel

Queimava a mente, ardia

Um brilho no olhar, cheiro da noite

Irresistível aroma... tão forte e quente!

Cismando, tecendo ideias, brilhante!

Acorda a luz do dia, incandescente

Alheia a tudo, ora presente ou distante...

O toque dos dedos na tecla inerte

Paradoxalmente, tudo tão claro

Subitamente, branco, ofusca adiante

Em duas mãos ou duas vertentes

Delírios, devaneios, verdade, realidade

Eloquência da alma, certezas da mente

Seriam os poetas sãos ou dementes?

Nota: inspirada a escrever sobre a inspiração

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 22/02/2010
Reeditado em 22/03/2011
Código do texto: T2100626
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