MÃO DUPLA
Um lampejo, uma luz surgia
Uma manhã de sol azul
Uma lua quente como sol
Sabe-se lá era noite ou dia
Uma fogueira doce e bravia
Chamas lambendo a pele
Como a doçura do mel
Queimava a mente, ardia
Um brilho no olhar, cheiro da noite
Irresistível aroma... tão forte e quente!
Cismando, tecendo ideias, brilhante!
Acorda a luz do dia, incandescente
Alheia a tudo, ora presente ou distante...
O toque dos dedos na tecla inerte
Paradoxalmente, tudo tão claro
Subitamente, branco, ofusca adiante
Em duas mãos ou duas vertentes
Delírios, devaneios, verdade, realidade
Eloquência da alma, certezas da mente
Seriam os poetas sãos ou dementes?
Nota: inspirada a escrever sobre a inspiração