Falo até quando me calo, pela poesia
No cume do monte, rasgo as palavras.
Corto letra a letra, com um grito de liberdade...
E como o vulcão expulsa muitas lavas,
Lanço fora o que sinto, carregado de serenidade...
Cada linha, cada verso...
Falam tudo sem cessar...
Com um sentido meio inverso,
Falo tudo o que pensar...
Mas as palavras são belas,
Suaves e meigas...
Às vezes até singelas...
E também um pouco leigas...
Falo, falo, falo
E meus versos falam por mim...
E até quando me calo,
Os versos não querem o fim...
Como as plantas do sol, vivo eu da poesia,
Tenho versos em meu DNA,
Não posso viver sem a cortesia
De um poema a versejar.
Não sei se nasci poeta,
Ou se poeta me fiz nascer...
Mas sem versos fico inquieta,
Fica estranho o meu viver...
Quando subo no cume do monte,
Mesmo sem sair do lugar,
Posso ver as maravilhas da fonte
O nascer do sol, e as belezas do luar...
No mais alto topo, chego
Prá gritar com minha voz calada...
Só o papel e a tinta eu levo,
E risco o som de uma rajada...
Tudo no imaginar...
Cada canto e lugar,
Com meus pés, não posso chegar,
Mas na poesia Vou flutuar...