REVELAÇÃO
Para onde vou com minha orbe de ossos.
O mar é a colheita dos meus olhos.
Os sinos tangem sob estrelas encapuçadas
e é de pedra o espelho que não vinga o rosto.
Os caramujos agora refletem luz
e a areia tem rota nas sombras.
É amarga a travessia entre
o olhar e o corpo que se entrega
como peregrino às ondas surdas
e dolorosas,
fitando uma janela de vento
que dispersa o amanhã.
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