Um tanto folha, um tanto água
Penso no sentido que dou as coisas
E o meu sentir é inexplicavelmente simples e composto
De corpo, alma e coração
Por isso me defino gente, pessoa
No suposto mais humano da palavra
E por ser assim um tanto folha, um tanto água
Não me protejo dos ventos
E nem me afasto do fogo
Porque um me eleva e assim me ausenta os pés do chão em alguns momentos
E o outro intrínseco, me arde, instigando a chama que nunca apaga
Diante o chamamento constante das coisas do corpo, da alma e do coração
Por isso às vezes as palavras me inundam involuntariamente
E nem mesmo assim me afogo
E nem mesmo assim, eu mato por inteiro a minha sede
Pois ainda grávido de mim mesmo
Trago em mim a querência adulta, mas com a sensitividade de um menino
É que tenho a alegria, o sorriso e os olhos sempre marejados de emoção
É que tenho a essência, a lembrança, o ruído dos dentes e a fragrância na pele
Dentro da imensidão que me faz ser pleno de sentimentos
Porque se cor tem perfume...
A que exalo é azul