Água-viva (Ou Medusa da Lua)
Meu veneno te atrai e te atiça
Mesmo sabendo do perigo
Te jogas em meus braços
Sou solta, leve, oceânica
Livre em todos os mares da terra
Não quero guerra, nem paz
Quero a solidão que me deu tudo
Nada temo senão teu olhar
Metamorficamente vivo
Transformando o que toco em gotas
Sentindo o que jamais foi sentido
Sendo assim, líquida, livre, solta
Danço o balé do infinito
E quando sinto que agito
Meu mundo inverte a sonoridade
Quebro o silêncio com um grito
Que ouve só quem tem vontade
Se fico sozinha te quero comigo
Vem dividir comigo meu veneno
Vamos brindar ao nosso jeito
Um jeito inventado por nós dois
Diante do reflexo desconexo
De um mundo sem portas e sem medo.