Água-viva (Ou Medusa da Lua)

Meu veneno te atrai e te atiça

Mesmo sabendo do perigo

Te jogas em meus braços

Sou solta, leve, oceânica

Livre em todos os mares da terra

Não quero guerra, nem paz

Quero a solidão que me deu tudo

Nada temo senão teu olhar

Metamorficamente vivo

Transformando o que toco em gotas

Sentindo o que jamais foi sentido

Sendo assim, líquida, livre, solta

Danço o balé do infinito

E quando sinto que agito

Meu mundo inverte a sonoridade

Quebro o silêncio com um grito

Que ouve só quem tem vontade

Se fico sozinha te quero comigo

Vem dividir comigo meu veneno

Vamos brindar ao nosso jeito

Um jeito inventado por nós dois

Diante do reflexo desconexo

De um mundo sem portas e sem medo.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 10/02/2010
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