As minhas marés

Me rasgo inteira

Dou bandeira

Me exponho

Meu contorno te denuncia

Minhas mãos te desenham

Meus beijos são de sal

Fecho os olhos e te trago aqui

Para que fiques ensolarado

Junto comigo e combinado

Diante de tamanha agonia

Outra vez te quero distante

De meu corpo, pensamento e vontade

Me cubro de água e somente

Me deixo nua ao sol, ao luar

Nada tenho pra mostrar

A praia já não existe

Tudo agora é gota, água

Solidão sou eu que invento

Quero a sorte de não te encontrar.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 10/02/2010
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