Oólito (“Quase” um grão de areia)
Aos poucos os sentimentos chegam
Pensamentos aglutinados em série
Lembranças desgastadas pelo tempo
Formam meu mundo, meu mistério
Na agitação das horas e dos dias
No compasso de tanta agonia
Chegam coisas que se instalam
Aderindo ao meu corpo pequeno
Impregna meu espaço sereno
Me deixando mais dura, mais real
Palpável vou aparecendo
Letamente me modificando
Ao suave toque de quem passa
Entorpecida pelo balanço
Da águas revoltas e cristalinas
Me deixo levar e me envolvo
Até desaparecer em outra onda.