ASTRO... NAUTA
... Three... Two... One… Zero!
Pouco a pouco minha nave
Penetrou no infinito...
Tão bonito
Tão divino
Tão deserto
E eu, um ser iluminado
E o meu destino era certo
No intenso espaço sideral
O meu rumo está traçado
Sigo em direção às estrelas
Astronauta fascinado
Eu quis vê-las, ia vê-las!
Planando sobre o mundo
Tanta história a contar
A terra é toda azul!
Vi o mar, eu vi o mar!
Ainda sem receio
Virei mero orifício
Entre fogos de artifício
Então, fui me perdendo
Da nave-mãe me afastando
Em meio à amplidão
E em vão
Quis interagir
Gritar, me comunicar
Só ouvi silêncio de oração
Eu sou um astronauta
De uma nave luminosa
Que se perdeu...
Se o mundo evoluísse
Se me ouvisse
Se Deus me achasse
Se alguém me desse a mão...
Eu sou um astronauta
Que perdeu a esperança
E aguarda o fim dos tempos
Em resumo,
Estrela cadente sou
E não voltarei jamais
A ver o mar...
Sou um astronauta
Confinado em uma nave
Sem rumo, sem destino
Tão adulto e tão menino...
Virei nuvem de poeira
Fiquei sem eira nem beira
E com medo de sonhar...
Ave sem saber voar
Sem poder voltar
Ou chegar
Ou passar...
Ou me desintegrar...
Câmbio... Câmbio...
Câm-bi-ooooooo!...