O tabuleiro

De repente

O silêncio invade as penumbras

Corpo mergulhado no vácuo vítreo

Avião a despencar das altitudes

Fruto da física e das tempestades

Pensamentos a surgir nas bolhas do acaso

A imensidão de um oceano dentro de um oceano

A riscar a pele azul turqueza do horizonte

De repente

O inferno esta a um passo

E o paraíso a duas dilatações

Pessoas saltam lentamente

Asas servem para voar

O amor une placebos eternos

Num revoar de coisas erradas

Lunáticos inquilinos

De repente

Quadrados dançam na calçada

Ponho os pés nas riscas

Sonhos são papéis em branco

O outro lado do espelho

Objetos insignificantes tomam vida

Escarlates de aço

Vítimas do império lácteo

De repente

O poema escapa pela tangente

Coincidências arranjadas pelas moscas

E a montanha mágica desaba

Frestas negras surgem marteladas

Rios de lavas congeladas

Nada que se pensa

Tem forma depois da morte

carlos assis
Enviado por carlos assis em 06/02/2010
Código do texto: T2073115
Classificação de conteúdo: seguro