O tabuleiro
De repente
O silêncio invade as penumbras
Corpo mergulhado no vácuo vítreo
Avião a despencar das altitudes
Fruto da física e das tempestades
Pensamentos a surgir nas bolhas do acaso
A imensidão de um oceano dentro de um oceano
A riscar a pele azul turqueza do horizonte
De repente
O inferno esta a um passo
E o paraíso a duas dilatações
Pessoas saltam lentamente
Asas servem para voar
O amor une placebos eternos
Num revoar de coisas erradas
Lunáticos inquilinos
De repente
Quadrados dançam na calçada
Ponho os pés nas riscas
Sonhos são papéis em branco
O outro lado do espelho
Objetos insignificantes tomam vida
Escarlates de aço
Vítimas do império lácteo
De repente
O poema escapa pela tangente
Coincidências arranjadas pelas moscas
E a montanha mágica desaba
Frestas negras surgem marteladas
Rios de lavas congeladas
Nada que se pensa
Tem forma depois da morte