Viajando com o dragão.
A flecha lançada
a espada corta o arqueiro
e o arco cai no chão
aos pés do guerreiro
que foi desafiado
pela glória de ser o mais forte
seria esse motivo forte
o suficiente para matar um dragão?
E quem disse que o guerreiro
não tem nada em comum com a maçã
ambos são vermelhos
cobertos e encobertos
pela casca protetora da vida
o dragão abençoado agora jáz
na jazida de diamantes
os diamantes não estão mais
porque foram levados
roubados pela ambição
dos olhos contratados
e cerrados pela escuridão
Quando o último sopro de fogo
é dado pelo dragão
é então que morre o coração
e quando a flecha desperdiçada
a espada é quebrada
e quando o escudo cai ao chão
é o guerreiro arrependido
que comete suicídio
por ter matado o seu dragão
Por sobre a flor está a beleza
do campo florido e perdido
esquecido pelas batalhas
escondido pelas vitórias
vencido pelas glórias
e queimado pela ambição
o que há de bonito então
quando a última flor chorou
foi aí que o guerreiro descobriu
que o último dragão partiu
Caçador é hora de descansar
tua maçã está posta sobre a mesa
e tua cabeça está em jogo
é melhor se preparar para o povo
teu discurso vai condenar tua alma
e teus atos vão condenar-te também
então melhor ficares calado
pelo teu próprio bem
deixa que a flor fale por ti
declara o teu amor
e com o fogo dos olhos
a multidão gritará com clamor
pela morte do último dragão
e do último fogo que se desperdiçou
é assim que se mata o amor.