Viajando com o dragão.

A flecha lançada

a espada corta o arqueiro

e o arco cai no chão

aos pés do guerreiro

que foi desafiado

pela glória de ser o mais forte

seria esse motivo forte

o suficiente para matar um dragão?

E quem disse que o guerreiro

não tem nada em comum com a maçã

ambos são vermelhos

cobertos e encobertos

pela casca protetora da vida

o dragão abençoado agora jáz

na jazida de diamantes

os diamantes não estão mais

porque foram levados

roubados pela ambição

dos olhos contratados

e cerrados pela escuridão

Quando o último sopro de fogo

é dado pelo dragão

é então que morre o coração

e quando a flecha desperdiçada

a espada é quebrada

e quando o escudo cai ao chão

é o guerreiro arrependido

que comete suicídio

por ter matado o seu dragão

Por sobre a flor está a beleza

do campo florido e perdido

esquecido pelas batalhas

escondido pelas vitórias

vencido pelas glórias

e queimado pela ambição

o que há de bonito então

quando a última flor chorou

foi aí que o guerreiro descobriu

que o último dragão partiu

Caçador é hora de descansar

tua maçã está posta sobre a mesa

e tua cabeça está em jogo

é melhor se preparar para o povo

teu discurso vai condenar tua alma

e teus atos vão condenar-te também

então melhor ficares calado

pelo teu próprio bem

deixa que a flor fale por ti

declara o teu amor

e com o fogo dos olhos

a multidão gritará com clamor

pela morte do último dragão

e do último fogo que se desperdiçou

é assim que se mata o amor.

Magno Quirino
Enviado por Magno Quirino em 06/02/2010
Código do texto: T2072018
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