Minha vida num rascunho
Quase nada sobrou do que fui
Da guerreira que edifiquei
Ao longo de uma vida de aventuras
Restaram lembranças, sem esperança
De tudo que aprendi guardo a vontade que tive
De conhecer o mundo, seguir, partir
Sobras de uma alma hoje acorrentada por contas pretéritas
Deixei os desafios que me impulsionavam
As viagens que me faziam crescer, ser
Construí uma barreira e sou dona de minhas algemas
Inventei um muro de ferro pra que não possa fugir
Minhas lágrimas me alimentam e me curam
O sal me faz sentir, me faz acordar e não desistir
O mar me dá luz, me impulsiona, me chama
O gosto amargo de ver passar a “banda”
É suprido por saber que quem amo vai passar
Independente do meu martírio
Quem eu amo está passando e isso me dá forças
Recarrega meu viver, minha vontade de continuar
Vejo a vida de uma janela onde tudo é azul
Além, muito além de mim...
Aqui dentro.