Desespero

Deslizo-me na música,

Os caminhos estão todos abertos,

E não me resta nada a dizer, querida,

A não ser que eu não quero mais voltar.

Não quero mais sair desta melodia,

Não quero abandonar a viagem mágica

Nesta “auto-subestimada” cabeça,

Quero estourar meus timpanos

Aos berros de quem nem ao menos o nome sei.

Quero rasgar os tecidos que cobrem

Essa maldita e borrada imagem torta

Com a qual maqueio

a face rubra de vergonha

Tentando esconder o mundo de mim mesmo.

Quero me trancar aqui,

Quero que tudo acabe quando a música acabar,

Quero não sentir a última nota ser tocada.

Quero ser a música a ser tocada,

E somente.