Roseira Enforcada

Mando-lhe um buquê,

De rosas enforcadas,

Sacanas, místicas.

Deixo-lhe pétalas velhas

Treinadas na salmoura do inferno

Dos urubus que rondam tua cruz.

Baixo a cabeça e a caneta

Contra triturar tudo e mais

Aos anjos que riscam os violinos

E desenho, rebusco-lhe imaculados pés de joanetes

E o que dirá as rosas quando se enforcam

Perante o salmão que sou e me faço?

Enquanto estes móveis sustentam abajures

Mostrando o tártaro que pisoteia laje.