NEÓN

Não compreendo

esse ilhamento de personagem.

Foge à vida, à origem do corpo e da alma.

Cama de mágoas.

Manobra de reconstrução inexorável.

Baque do que desliza dos olhos

e sufoca a rígida sombra dos lábios.

Aprofundo-me na linguagem do impotente

de passagem pelo artificial e inclemente

processo de inspiração.

Eu no fogo da vida

sem libertar a saudade,

sem mumificar a poesia,

caudalosa na dualidade que se equivale

a ser morta e

viva.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 22/01/2010
Reeditado em 11/04/2010
Código do texto: T2045232
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