Em três degraus

E com seus passos cansados,

Desgastados pelo tempo, impiedoso tempo!

O velho sobe a escadaria do velho cassarão.

Sua mão tremula, agora, vai à busca do corrimão!

Em seu olhar o brilho também foi vencido

E no primeiro degrau, sua face fica frente a uma janela;

Olhando ele para dentro, vê argolas e correntes,

Enlaçando o palanque empoeirado envolvido em teias.

Seus olhos se fecham por alguns segundos e pensa:

- O que fiz...

Então, outro degrau! Ele vira-se para o jardim,

Vê crianças brincando, entre as flores de um passado.

Essa alegria já não lhe causa efeito!

Seus pensamentos se perdem entre tantos outros,

Seus valores e arrependimentos o consomem!

No terceiro degrau, ele olha para a porta,

Que esta distante por muitos degraus, em seu esgotado corpo.

E o velho se ajoelha, sua voz lhe falta, seu sentido é único,

Sabe ele, que o fim nunca se aproximou tanto, em uma vida.

A agonia de querer consertar seu passado, agora é seu veneno!

Pois, não lhe resta mais tempo...

E ali se desfalece! Em seu último degrau.

............” Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 19/01/2010
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