Em três degraus
E com seus passos cansados,
Desgastados pelo tempo, impiedoso tempo!
O velho sobe a escadaria do velho cassarão.
Sua mão tremula, agora, vai à busca do corrimão!
Em seu olhar o brilho também foi vencido
E no primeiro degrau, sua face fica frente a uma janela;
Olhando ele para dentro, vê argolas e correntes,
Enlaçando o palanque empoeirado envolvido em teias.
Seus olhos se fecham por alguns segundos e pensa:
- O que fiz...
Então, outro degrau! Ele vira-se para o jardim,
Vê crianças brincando, entre as flores de um passado.
Essa alegria já não lhe causa efeito!
Seus pensamentos se perdem entre tantos outros,
Seus valores e arrependimentos o consomem!
No terceiro degrau, ele olha para a porta,
Que esta distante por muitos degraus, em seu esgotado corpo.
E o velho se ajoelha, sua voz lhe falta, seu sentido é único,
Sabe ele, que o fim nunca se aproximou tanto, em uma vida.
A agonia de querer consertar seu passado, agora é seu veneno!
Pois, não lhe resta mais tempo...
E ali se desfalece! Em seu último degrau.
............” Catarino Salvador “.