Quem disse que pratos não sonham?

O prato recolhido, adormece no armário

sonha com o dia em que será prato raro,

quando será posto na estante da coleção

da velha senhora, para quem jurou servidão.

O prato sujo, é lavado na máquina,

jatos quentes são jogados em seu casco,

para tirar-lhe os restos de comida,

enquanto o sabão lhe dá novo brilho.

O prato vazio, é servido à mesa,

logo estará cheio, logo estará vazio,

pois sempre lhe sobram apenas os restos,

somente lhe resta a espera.

O prato cheio, seduz os olhares

como a doce miragem do que anseia,

mas prato não tem ânsia por nada,

por que esse a teria?

O prato esquecido, a lástima

daquele que está imóvel,

o prato que antes estava cheio

agora se sente perdido.

O prato quebrado, seria esse o fim

de todo prato?

Magno Quirino
Enviado por Magno Quirino em 09/01/2010
Código do texto: T2019369
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