Quem disse que pratos não sonham?
O prato recolhido, adormece no armário
sonha com o dia em que será prato raro,
quando será posto na estante da coleção
da velha senhora, para quem jurou servidão.
O prato sujo, é lavado na máquina,
jatos quentes são jogados em seu casco,
para tirar-lhe os restos de comida,
enquanto o sabão lhe dá novo brilho.
O prato vazio, é servido à mesa,
logo estará cheio, logo estará vazio,
pois sempre lhe sobram apenas os restos,
somente lhe resta a espera.
O prato cheio, seduz os olhares
como a doce miragem do que anseia,
mas prato não tem ânsia por nada,
por que esse a teria?
O prato esquecido, a lástima
daquele que está imóvel,
o prato que antes estava cheio
agora se sente perdido.
O prato quebrado, seria esse o fim
de todo prato?