Traz Corcéis a Tarde

Traz corcéis a tarde. Balança

corcéis de metal a tarde. Frias

arestas vão cravando-se, vazias,

no turvo cristal que na maré dança.

Se mastiga saudade. Serpenteia

monte abaixo a sombra. Tres vigias

traçam ao vento sul suas tres estrias.

A barca do poente caracoleia.

Outubro se despede de gaivotas alvas

que com suas brancas, altas asas, salvas

chegam, tornam do mar revoando.

Rumorosa tristeza, que se acenta.

Traz corcéis a tarde cinza, nevoenta.

Bordada com rosas e espuma derramando.