Da noite à noite
Do quarto eu avisto a multidão do aperto,
quando estou só diante dessa madrugada
escura e triste,
fria e calada.
Ouço distante o gargalhar do escuro
impuro que arde bem antes do orvalho
e um homem passa assoviando já tarde,
com um passo insone e um outro quedado.
Moro na mesma noite onde os ladrões assaltam
e parte da vida dorme enquanto parte está acordada
e os meus sonhos cantam e o corpo assovia
na dança inconsciente que nutre os bons cios,
antes que o sol me beije e o coração viaje.