Sr. Aeon Sapiens
Sr. Sapiens acordou, mas seus olhos não abriu.
Ouviu zunidos, muitos zunidos, vindos de toda parte.
Tinha medo, muito medo de coisas a zunir...
Sapiens sabia que não podia ficar ali para sempre,
Sapiens sabia que alguma hora teria de levantar.
Momentos passados, Sr. Sapiens os olhos abriu
E tornou-se gélido com o que viu.
A primeira coisa a ver foi seu lustre.
O globo de cristal ornado agora tinha um rosto!
Olhinhos pretos redondos e brilhosos
Olhavam para ele, muito curiosos...
Uma boca miúda, um traço preto,
Que a cada momento dizia “bzz-bzz”.
Depois se virou para seu criado-mudo,
Que para sua surpresa também tinha um rosto!
Levantava as sobrancelhas e sorria maliciosamente,
Sibilava “bzzzzzz” repentinamente.
Sobre o criado-mudo tinha um abajour,
Sr. Sapiens com medo, nele não prestou atenção,
Sabia que de alguma forma o abajour diria “bzz” a ele,
E rapidamente virou para o outro lado.
Não reparou o outro criado-mudo, viu algo muito maior,
Sua cômoda agora, com seus dois olhos de puxador,
Boca gigante de gaveta, dizia um longo e grave “bzzzzz” a ele.
Aquela bzzarra situação lhe gelava o coração.
Levantou depressa e catou o roupão,
Correu ao banheiro de sua suíte para lavar o rosto,
Chegando lá trancou a porta bem ligeiro
Olhou à sua volta e ficou ainda mais surpreso,
De tanto medo que ficou, virou um grande e gelado
Cubo de gelo.