Porta e janela

Abri a porta para que a tua lágrima me visitasse

e minha paciência te abraçasse

e tu não ficasses infeliz.

De tudo eu fiz

e nada do que eu te fiz foi verdade.

A mentira habitou com disfarces as nossas almas

e mesmo imortal tu foste envenenada

e eu insone inda dormi.

Da janela eu ainda te vejo distante

onde o mar não sangra

e a vida não me inunda:

de arte, de cores, de lama...