Coisas de Poeta
COISAS DE POETA
Por: Germano Gonçalves ©
De todas as coisas podemos expressar um poema.
Escrever de tudo ou nada.
Avistou uma coisa a voar, esperou ela pousar.
Do espaço pela coisa percorrido.
Fez um poema existir.
Viu uma mulher andando com uma criança no colo.
E despertou na sua memória o que lhe mais sabe fazer.
Desta cena vou descrever um poema para se ler.
Ao ver um velho lenhador com o rosto de suor.
Logo começou a descrever aquele idoso senhor.
Observou jovem a namorar sentada a beira de uma ponte.
Olhando as estrelas que estavam à cima dos montes.
Parou e pensou e de repente um poema se formou.
Nos aposentos de uma pequena casa.
Já com um olhar cansado, abriu uma janela e ficou ali parado.
A olhar as crianças a brincar na rua.
Elas pulavam e circulavam de um lado para outro.
Brincando de amarelinha e jogando bolinhas.
Fechou a janela.
Sentou-se na cama, olhou para os quatro cantos do quarto.
E observou um belo retrato.
Juntou com a imagem da molecada lá fora a brincar.
E ficou na lembrança o seu momento de infância.
Procurando lembrar-se de cada aventura.
Lembrou de uma antiga namorada sua.
Que num dia frio e chuvoso com pingos d água a cair na vidraça.
Estavam os dois a olhar para uma praça.
E seus corpos se encheram de fumaça.
Deste dia em diante.
Todas as coisas que observou.
Em poema as transformou.
(Do livro Todas as Coisas – edição do autor)