Caminhada isolada

Observo as vitrines

E molduras latejantes

Mulheres sociais

e seus vestidos rebolantes

corpos esculturais

pensamentos receosos

Paro para ler jornais

Não sei ao certo

o que me ocorre,

Penso, tento e grito

Em silêncio. Meu peculiar

modo de agir.

Gesto de observador

dos ares, dos seres e da rua

Queria ter algo diferente, novo.

Seria ser o mesmo?!

Mas de outra forma...

Diferente?!

O que mais me aborrece hoje,

talvez nem chegue a

incomodar amanhã.

Os ideais de um jovem

Que engando tenta não se enganar

Observa... observa apenas.

Nossa vida ainda vale algo?

Talvez, depende pra que se vive.

Porque? E pra onde deseja-se passar

Essa tal e conhecida vida

"Eitâ nóis sor, que papo besta danado

Me vê mais uma dose de pinga...

Pra tentar esquecer da minha muié".

Aquela ingrata que não sabe

o que esperar desta vida

nem ler poesias sem sentido... Hiperbólicas.

José Luís de Freitas
Enviado por José Luís de Freitas em 21/07/2006
Código do texto: T199147
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