Caminhada isolada
Observo as vitrines
E molduras latejantes
Mulheres sociais
e seus vestidos rebolantes
corpos esculturais
pensamentos receosos
Paro para ler jornais
Não sei ao certo
o que me ocorre,
Penso, tento e grito
Em silêncio. Meu peculiar
modo de agir.
Gesto de observador
dos ares, dos seres e da rua
Queria ter algo diferente, novo.
Seria ser o mesmo?!
Mas de outra forma...
Diferente?!
O que mais me aborrece hoje,
talvez nem chegue a
incomodar amanhã.
Os ideais de um jovem
Que engando tenta não se enganar
Observa... observa apenas.
Nossa vida ainda vale algo?
Talvez, depende pra que se vive.
Porque? E pra onde deseja-se passar
Essa tal e conhecida vida
"Eitâ nóis sor, que papo besta danado
Me vê mais uma dose de pinga...
Pra tentar esquecer da minha muié".
Aquela ingrata que não sabe
o que esperar desta vida
nem ler poesias sem sentido... Hiperbólicas.